Vitalize seu cérebro e seja sempre jovem – Parte I

O pesquisador John Arden, diretor de saúde mental do Kaiser Permanente Medical Centre, maior especialista em cérebro da atualidade, explica que existem algumas ações que podemos tomar durante toda a nossa vida que garantirão juventude ao nosso cérebro.

São aqueles cinco pontos que constantemente martelamos. Falamos muito mesmo sobre isso porque são realmente importantes para a longevidade cerebral e isso considerado pela neurociência, gerontologia e, claro, pela psicologia positiva.

Parte I – O fator educacional – manter o cérebro ativo, leitura, cursos, aprender coisas novas;

Parte II – O fator dieta – o que comemos e bebemos afeta diretamente nosso corpo como um todo e, claro, o cérebro é um favorecido;

Parte III – O fator exercício – é mais fácil do que parece manter uma atividade física regular, forçado talvez no começo mas logo o corpo acostumará e pedirá mais;

Parte IV – O fator social – amores e amigos, família e apoio social – somos seres relacionais, não vivemos bem sozinhos;

Parte V – Fator sono – nem muito, nem pouco. Só o suficiente.

Baseados no estudo de especialistas, faremos uma matéria para cada um desses fatores e hoje falaremos do fator educacional.

Existem algumas teses de que o cérebro maduro não aprende mais nada e isso é absolutamente falso, o que funciona para o cérebro é o velho adagio “ou se usa ou se perde” então, temos que usá-lo ao longo dos anos. Provocá-lo desafiando-o em áreas ainda não desenvolvidas, fazendo o oposto do que se faz corriqueiramente. A inatividade é a morte para as conexões cerebrais.

A neuroplasticidade e a neurogênese aguçam o cérebro por meio de desafios mentais. Então, quando estamos exaustos, queremos sentar na frente da televisão e deixar o cérebro apenas curtir aqueles momentos e achamos que, com isso, estamos dando um descanso merecido e uma revigorada em sua atividade. Nada disso. Nada melhor para “descansar o cérebro” como o desafio, com uma atividade diferente da comum, ou seja, forçando-se a sair da zona de conforto.

Então, se você é médico e atua durante o dia todo no hospital, a forma de descansar o cérebro seria uma atividade física, artística (pintura, jardinagem, culinária, musica por exemplo), intelectual, bem diferentes da sua área diária de atuação. Uma leitura de ficção científica para um filósofo ou a leitura de romance para um engenheiro bastam como provocação.

Exercício cognitivo é a tônica do rejuvenescimento cerebral. Para os apaixonados por leitura a notícia é ótima, para aqueles sem o habito, a hora é agora, desafie-se.

“Níveis mais altos de educação formal estão associados à longevidade e à saúde cerebral. Um estudo financiado pela MacArthur Foundation Network sobre envelhecimento com êxito descobriu que a educação era o previsor mais poderoso de vigor cognitivo na velhice”. ARDEN

A educação impulsiona a riqueza das conexões sinápticas. Temos que ter conexões sinápticas sobrando e assim podemos perde-las sem que elas nos façam falta (por exemplo por um dano cerebral como o derrame). Elas são chamadas de “reserva cognitiva” e quanto maior nossa reserva, maior será nossa lucidez durante o envelhecimento. Não nascemos com reserva alguma, ela é formada ao longo dos anos, então, temos que abastecê-la durante a vida.

Estudos demonstram que o treinamento cognitivo pode subtrair uma década de idade cognitiva de uma pessoa. E isso foi constatado com o “Estudo das Freiras” feito no Estado do Minnesota nos Estados Unidos onde identificou-se uma curiosa longevidade entre as irmãs e quase absoluta ausência de demência.  O estudo constatou que as freiras mais longevas eram as com grau de estudo mais elevado e a rotina do convento envolvia debates sobre atualidades, exercícios de palavras cruzadas e jogo de cartas, ou seja, desafios mentais.

Uma das freiras, que ultrapassou 100 anos com inteligência, bom humor e mentalmente ativa, e, ao morrer constatou-se em autópsia múltiplos emaranhados e placas que marcavam a doença de Alzheimer sem que ela jamais apresentasse sintomas, tudo isso por causa das reservas cognitivas.

É isso, hoje abordamos brevemente o primeiro fator de rejuvenescimento cerebral mas nas próximas semanas falaremos dos outros, um por vez.

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